sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Encontro casual




 Imagine só, você, amigo. Eu até que estava a te esperar como o combinado para levarmos aquele velho papo que há tempo não levávamos, mas olhe só como são as coisas. Há dois bancos de distância estava ela lá, só. A garota do blog que eu havia te falado. Demorei para ter coragem de ir lá falar com ela, e se não fosse ela? Mas só podia ser ela, havia passado horas olhando para aquela foto. Além de todo o jeito delicado. Ela escrevia. E eu passei um bom tempo a observar e a desejar ser uma mosca, sem a menor significado, só para saber o que tanto roubava a atenção dela, a atenção que devia ser minha por DIREITO. Pois, sim. Conhecia bem os meus, e sabia que aquele me pertencia por todo o tempo gasto do meu dia anterior lembrando das coisas que ela postava no seu blog. Mas como um bom estudante de direito sei que a maioria das vezes o mundo não é justo. Tomei coragem e fui reivindicar meus direitos. 
 Ao me aproximar, ela estava tão distraída que levou um susto, e tudo que eu havia ensaiado enquanto tomava coragem desapareceu da minha mente na hora. Fiquei sem saber o que falar e ela olhando para mim, ali na sua frente, provavelmente com medo, então falei...
Tu tem um blog, não é? O Relicário?
Na hora eu quis me matar. E ela, muito calmamente e percebendo que eu estava muito sem jeito, respondeu: Sim. Eu tenho. Eu sorri. E disse: Te reconheci. Posso sentar? Ela apenas balançou a cabeça e eu me apresentei. Passamos um bom tempo conversando e ela é exatamente igual ao que passa ser lá no Relicário. Exatamente como eu imaginava. 
 Então cara, não deixei a chance passar e falei tudo aquilo que eu havia conversado com você. Me senti tão a vontade para falar da minha vida que acho que por alguns momentos é bem possível ela ter me achado meio louquinho. 
 E depois de conversarmos, ela olhou o relógio, pediu desculpas e disse: tenho que ir. Eu a acompanhei até a parada de ônibus. Nos despedimos e eu a perguntei se ela sempre estava por alí e ela me disse que passava, apenas. Naquele dia sentiu uma vontade de parar e escrever algumas coisas que vinha pensando no caminho e não dava para esperar chegar em casa. Rimos os dois. Então eu pensei: Estarei sempre por aqui.
Ela pegou o ônibus, e eu fiquei que nem bobo, a olhando. Ela é esperta, e deve ter percebido tudo. Tentei disfarçar, e me convencer que ela tinha acreditado no meu disfarce, mas amo a realidade. Hoje, mais do que nunca. Me conformei. Ela sabe de muitas coisas.
 Fui andando, enquanto imaginava um novo encontro. Onde, eu já sabia. Peguei o carro e fui para casa. Quando cheguei, olhei no celular, como de costume e vi tua mensagem: "Cadê tu, mano?" Bati na testa. Que cabeça, essa minha. Esqueci de tu, "velho".

4 comentários:

  1. Ah, Tarcísio, também gostei bastante da conversa da gente. Quem sabe a gente não se encontra de novo por lá, néh?
    =P
    E adorei o "Ela sabe de muitas coisas" Até parece... eu sou uma boba. Rrsrsr.
    E coitado do teu amigo. kkk.

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  2. Agora tu sabe do meu segredo.
    Rrsrsr.
    E quanto ao Paulo, kkkkkkk. Foi bom.

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  3. Que onda, se encontrarem assim, do nada...
    Rsrrss Parece coisa de novela!!!

    "[...] Acho que por alguns momentos é bem possível ela ter me achado meio louquinho."

    Eu ri MUITO nessa hora, e ela sabe porque. kkkkkkkkkk Mas nem se preocupa com isso, louco todos nos somos...

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  4. kkkkkkkkk. Imagina só Senna, se logo eu ia achar ele meio louquinho.kkk.

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